terça-feira, 3 de maio de 2011

Texto de Erika Nonaka (4 Alices)


Escrever é algo simples e complexo ao mesmo tempo, para escrever basta deixar as palavras fluírem para os dedos e marcar o compasso dos toques no teclado, mas na verdade muitas vezes ela, “as palavras” se mostram um tanto geniosa e teimam desaparecer quando são necessárias.
Por isto quando recebi o convite para escrever no blog de meu amigo, embora tenha ficado lisonjeada, foi como se o solo lentamente abrisse sob meus pés e cobrindo-me até o pescoço de responsabilidades.  E talvez este clima sufocante e sombrio tenha ajudado na construção da minha história, na verdade um conto, que agora divido com vocês. 
Além das Sombras 
Dizem que é nas sombras que vivem os piores seres, mas Derek sabia que isto não era verdade, pois podia ouvi-los rolando e rindo dentro de suas entranhas.
Era uma linda manhã de primavera e Sara foi encontrar seu namorado na praça, um belo rapaz de traços finos, seu olhar era fascinante doce e perigoso ao mesmo tempo.
Estava cansada de ser tratada como criança, afinal completara 15 anos e estava decidida a ir embora com ele depois de sua festa. Mas ele insistira para vê-la aquela manhã e estava feliz por isto.
Chegando a praça ela sentou-se num banco e passou a observar crianças brincando distantes, seus cabelos soltos desciam graciosamente pelo seu ombro, e foi nesta visão doce e frágil fez algo novo fluir em nos olhos de Derek.
Com um belo sorriso e um pequeno botão de flor ele a cortejou, e com a mão em seus ombros foi conduzindo-a pelo bosque adentro, eles conversaram e riram muito, até chegarem próximo de um riacho onde a mata era mais densa e pararam para repousar um pouco. Carinhosamente ele deslizou sua mão sobre a pela lisa e macia do rosto de Sara podia sentir seu coração disparado e o sangue pulsando pelas veias. Trouxe-a junto de si e sentiu a pele arrepiada e sua respiração sôfrega, se silenciando em um longo beijo, profundo cheio de desejos, enquanto seus braços a tomavam para junto de si, e suas mãos entrelaçavam-lhe o pescoço, calando-se um suspiro incompleto paralisando o momento dentro da escuridão de sua alma...
Mesmo com o cair da tarde a luz ainda era intensa e penetravam a mata, apesar de ser densa e fechada, ainda assim a luz tomava os cantos insistindo de forma soberana a tomar o seu lugar.
Derek olhou mais uma vez para trás e viu o corpo que jazia no chão, não tinha mais doçura ou beleza, era apenas uma casca vazia como a das árvores caídas pela força da tempestade na floresta e apesar do silencio a sua volta continuava a ouvindo a gargalhadas que o perseguia enquanto caminhava lentamente absorto num profundo abismo de sua existência.


Carlos (Dudu) a oportunidade que você  me ofereceu foi enriquecedora, foi um adubo num solo um tanto quanto inóspito da minha mente.
Mas é claro, antes de ir vou aproveitar para fazer o meu Jaba é convidar a todos para cair na toca do coelho e conhecer através dos textos um mundo de possibilidades para aqueles que tiverem coragem para atravessar o espelho.
Bjs, e boa leitura!
Erika (Alice E)
4 Alices  
 

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